quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

OS DEZ MAIS DA HISTORIA



Então...
Um engenheiro do Google criou um software para identificar as pessoas mais importantes da história. Funciona mais ou menos como o mecanismo de busca que eles têm: depoimentos, citações, escritos, biografias, críticas, etc., um pouco de matemática e, sai o ranking. Bem, o engenheiro, a empresa e a própria web são, todos, anglofônicos, portanto, nada mais natural que a predominância de personalidades saídas deste oceano linguístico. Dos dez primeiros, quatro são anglofônicos. A lista tem milhares. Para se ter uma idéia, segundo o site Tecmundo, Mandela tem o número 356 e, Justin Bieber, 8633.
Vamos aos dez primeiros: Jesus, Napoleão, Maomé, Shakespeare, Lincoln, Washington, Hitler (vê lá se este ia faltar!), Aristóteles, Alexandre (sim, o grandão) e Jefferson (o Thomas, claro! Alguém pensou no delator do mensalão?).
Um judeu, um francês, um árabe, um inglês, dois americanos, um alemão, dois gregos e, por último, outro americano.
Dois criadores de religiões. Pois é, com a parceria do Todopoderoso fica fácil integrar a lista.
Seis estadistas; sendo quatro guerreiros, conquistadores, e dois políticos.
Um escritor e um filósofo.
Serão estas as criações mais importantes da humanidade: a religião, a guerra, a política, a literatura e a filosofia?
Eu ia dizer que faltou um comediante; mas acho que todos eles são um pouco tragicômicos.
Também não temos um cientista, a não ser que convidemos Aristóteles para representá-los.
Hitler poderia representar os pintores? E Napoleão os play-boys? Aí já seria muita especulação.
Ressalte-se desta pesquisa o quanto Napoleão Bonaparte conquistou o imaginário popular por gerações.
Também o fato de que a vez das mulheres mal começou...

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

A MULTA DA URBS PARA O IDOSO




Quando eu adentrei a idosidade fui, todo faceiro, apossar-me dos direitos correspondentes que o estado onde vivo nos confere, dentre eles, a cobiçada vaga exclusiva para estacionamento.
Fiquei decepcionado quando soube que, para isto, eu precisava fazer um cadastro. Não basta olhar para minha cara e ver que sou idoso? Bom, vá lá que um sujeito bonito como eu possa parecer mais jovem... Mas, nesse caso, já não valeria a carteira de identidade? Não teve arrego; acabei fazendo o tal cadastro e recebendo um “diploma de idoso” que passei a colocar no painel quando estacionava o veículo. Só que, o tal papel tem validade de apenas dois anos. Será que era esta a expectativa de vida que me davam?
O fato é que o tempo passou e não me animei a ir até o centro da cidade, num local de difícil acesso e estacionamento, a fim de renovar meu papel. Contei com a sorte, coisa que nunca tive em abundância. Hoje, a “periquita” me pegou. Puseram nas dedicadas jovens que disciplinam o trânsito esse apelido, “periquita”, porque se vestiam de verde. Porém, a que me atendeu – ou me ferrou – estava de amarelo; talvez tenham mudado o uniforme. De qualquer forma, era uma “canarinha”. Como sempre, elas colocam a multa no parabrisa e... somem! Não desisti, empreendi uma busca frenética, mesmo com chuva, e a encontrei acoitada numa lojinha, uma quadra adiante.
- Moça, que é isso aqui?
- Estacionamento irregular. A vaga é prá idoso.
- Mas, olha prá mim: eu não sou idoso?
- Seu papel venceu.
- Meu papel neste palco doido do mundo?
- Não, seu papel de idoso. E esse papel é para que a vaga não seja usada por quem não é idoso.
- Mas, agora você está me vendo: eu sou idoso. O que vale mais: o papel ou a realidade?
Bem, valeu o papel. Deu-me, de consolo, um outro papel com os horários onde me atenderão na renovação do primeiro. Mas a multa, ela não cancelou. Fiquei triste em saber que depois de tantas promessas e ilusões de modernidade na legislação ainda sou um papel.
Não vou renovar meu diploma de idoso. Que fiquem com esse direito concedido sob tanta burocracia e dificuldade, como se fosse para não ser usufruído. Não quero papo com um estado que me ignora ao vivo e em cores e prefere o diálogo apenas com um papel onde escreveram meu nome.

domingo, 13 de outubro de 2013

DE LÁ E DE CÁ


Admiram os aventureiros, os viajantes,
os que venceram distâncias para chegarem aqui,
os que derrotaram gigantes para chegarem aqui,
eu não ligo muito, simplesmente porque
sempre estive aqui.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

OS TIRANOS DA HORA.




Os nossos "letrados" sempre tiveram esse comportamento. Eram apegadíssimos a El Rey quando já países como os Estados Unidos e a França davam todo o poder a quem de direito, ao dono da casa, ou seja, ao povo. Depois, viviam pendurados no Imperador. Esgotado este modelo, tornaram-se as vivandeiras de portão de quartel, como disse um general enfadado afastando as mãos deles de suas cansadas partes pudentas.

Enfim, os nossos "letrados", incluindo aí os que escrevem e falam na grande imprensa (e, talvez, toda a ancienne classe média), sempre tiveram um medo danado do povo. Sempre advogaram que o poder fique com um pequeno grupo, ou apenas com uma parte da população, a fim de que melhor o controlem, mantendo a totalidade da população distante e tutelada.

Não é o que acontece agora? Ora, se é democracia, e na democracia todo o poder emana do povo e em seu nome é exercido, então, mais poder têm que ter os eleitos do que os nomeados ou concursados. Mas, não; lançam irresponsavelmente a nação sob o jugo de mais um golpe; e os empolgados da suprema corte aceitam o patético e lamentável papel de coveiros da república, candidatando-se à imortalidade nos escaninhos mais repugnantes da história.

O rei passou ao imperador dizendo: "Meu filho, que fique para ti antes que um aventureiro deite mãos". E os generais passaram aos bacharéis dizendo: "Se não pode mais ser nosso, que seja de vocês, antes que o povo acorde e descubra que o poder lhe pertence".

Daí, fugiram da assembléia constituinte exclusiva, convocando o congresso de sempre, mapeado na ditadura e ainda com algumas figurinhas eleitas antes mesmo do que nisso se pensasse, afastando, dessa forma, o povo do debate. E mais, com partidos criados há poucos anos e desconhecidos ainda do eleitor, este votava em pessoas errando seus partidos, mas, por uma legislação eleitoral esdrúxula os votos eram computados para a agremiação citada. Como submeter o fruto de tal estelionato a um referendum? Outorgaram, cinicamente postados à beira do berço esplêndido onde a nação dorme seu eterno sono, uma constituição ilegitima e casuísta, cercada de "cláusulas pétreas", esquecidos de que a estrutura literalmente pétrea do Código de Hamurabi e das Doze Tábuas de Roma não impediu que a história os pulverizasse.

Se a população elege um Congresso para fazer as leis do país, e o Congresso é subjugado por um poder não eleito, então o povo não faz suas leis. E uma nação onde o povo não faz as leis, nem determina o modo e as formas de governo, pode ser uma jabuticaba, mas nunca uma democracia.