domingo, 12 de julho de 2009

LEIS CEGAS (OU BURRAS?)

Tem que ser assim?
Bairros são dominados por traficantes que exercem seu trabalho durante anos, aterrorizando moradores, com incômodo mínimo pela polícia.
Casas são invadidas por homens armados e, mesmo com telefonemas de vizinhos, a polícia comparece apenas várias horas depois, com as indefectíveis pranchetinhas de anotar a ocorrência.
Carros e residências são roubadas e não acontece a mínima investigação, mesmo havendo sempre suspeitos citados por moradores, vizinhos ou seguranças.
Por outro lado...
O caso da menina Rita, que caiu do quinto andar, por flagrante fatalidade (a família estava numa festa julina, a pequena dormiu, a mãe levou-a à cama e voltou prá buscar a filha mais velha, no pátio, nesse lapso de tempo, a criança acordou e debruçou-se na janela), o delegado apressou-se em prender em flagrante os pais da criança, indiferente à sua dor, à dor da filha que permanece sem saber o que fazer, e o atropelo dos tios que não sabem nem mesmo como sepultar a vítima.
O caso dos dois jovens estudantes da faculdade de São Carlos que pesquisavam as causas do aquecimento global, retirando lama do fundo de uma lagoa no Mato Grosso, com as devidas autorizações do Ibama, mas, como tinham com eles, num projeto de intercâmbio, três estudantes americanos, para os quais julgavam não ser necessária a licença, pois já a tinham para aquele trabalho, e que foram presos em flagrante (os cinco) por um delegado da polícia federal e indiciados.
Um dos caso é, flagrantemente, uma fatalidade.
O outro caso é, flagrantemente, um engano, ou má interpretação da burocracia.
Num dos casos, a lei e a ordem acabam de destroçar uma família já enlutada.
Noutro caso, a lei e a ordem contribuem para inibir a pesquisa já tão debilitada em nosso país.
Mas, os primeiros casos citados são flagrantes desrespeitos à vida, à propriedade, ao direito de locomoção, das pessoas. No entanto, é tão difícil "dar o flagrante", alega a polícia quando é cobrada.
Por que não o mesmo empenho da lei, da justiça e da polícia em punir os crimes bárbaros, quanto em punir enganos, erros, esquecimentos?...
Que fizemos de nosso país?
Em que escala baseamos nossos valores?

Continuemos, inertes, observando, e vamos resvalando todos, sem exceção, mesmo os representantes dos podres poderes, para o fundo do abismo onde nos espera a submissão ao crime organizado...

Nenhum comentário: