sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

ONDE JOGAR O DINHEIRO

Os Estados sempre injetaram dinheiro em suas economias. É por isso que os grupos se mobilizam gastando horrores para elegerem seus preferidos: de olho nas construções, nos financiamentos, nos subsídios. Durante milhares de anos, jogaram esse dinheiro "por cima"; ou seja, entregavam nas mãos dos ricos empreendeddores, certos que estavam injetando dinheiro na sociedade. Só que tais empreendedores, primeiro separavam um pouco prá continha no paraiso fiscal; depois, compravam mais uma grande propriedade num paraiso de fato; depois, propriedades em solo pátrio, com direito a troca da frota de veículos de toda a família. Assim, bem menos do que saiu dos cofres públicos chegava na obra; e, muito menos ainda nas mãos dos trabalhadores. Neste século, o Lula inovou: passou a jogar o dinheiro "por baixo": criou inúmeras bolsas a fim de injetar dinheiro diretamente na mão do povinho. A grita era geral: "sustentando vagabundos; dando dinheiro de graça a quem não trabalha". Mas, entre os vagabundos de cima e os de baixo, ele preferiu os de baixo. Um vagabundo que recebe R$50 ou R$100 do governo, não vai colocar numa conta na Suiça; nem comprar um apartamento em Miami. Vai é correr até a venda da esquina comprar papel higiênico prá aposentar o sabugo; o dono da venda junta o dinheiro de todo mundo e manda reformar o prédio; o fabricante de material de construção junta o de todos os vendeiros e... a roda gira... Daí, quando todo mundo do mundo pára de comprar e a crise econômica chega, nós temos um mercado interno razoavelmente forte prá compensar, e podemos nos dar ao luxo de sofrer em menor escala a crise.
Agora, o nordestino que chegou a São Paulo num pau-de-arara fez escola. Obama, num lance de coragem, assusta economistas e desdenha o deficit americano fazendo o quê? Jogando dinheiro por baixo. Parabéns, Obama, por aprender com os humildes!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A GENI DO GLOBO

Eu disse que o brasileiro tanto apanha e é maltratado lá fora que podemos chamá-lo de "Geni" do mundo atual. Vejam a letra abaixo da música do Chico Buarque, "Geni e o Zepelim"; substituam "Geni" por "Brasil", "Zepelim" por "Crise Econômica", "cidade" por "mundo", e vejam se não tenho razão:

De tudo que é nego torto
Do mangue e do cais do porto
Ela já foi namorada
O seu corpo é dos errantes
Dos cegos, dos retirantes
É de quem não tem mais nada
Dá-se assim desde menina
Na garagem, na cantina
Atrás do tanque, no mato
É a rainha dos detentos
Das loucas, dos lazarentos
Dos moleques do internato
E também vai amiúde
Co'os velhinhos sem saúde
E as viúvas sem porvir
Ela é um poço de bondade
E é por isso que a cidade
Vive sempre a repetir
Joga pedra na Geni
Joga pedra na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni

Um dia surgiu, brilhante
Entre as nuvens, flutuante
Um enorme zepelim
Pairou sobre os edifícios
Abriu dois mil orifícios
Com dois mil canhões assim
A cidade apavorada
Se quedou paralisada
Pronta pra virar geléia
Mas do zepelim gigante
Desceu o seu comandante
Dizendo - Mudei de idéia
- Quando vi nesta cidade
- Tanto horror e iniqüidade
- Resolvi tudo explodir
- Mas posso evitar o drama
- Se aquela formosa dama
- Esta noite me servir

Essa dama era Geni
Mas não pode ser Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni

Mas de fato, logo ela
Tão coitada e tão singela
Cativara o forasteiro
O guerreiro tão vistoso
Tão temido e poderoso
Era dela, prisioneiro
Acontece que a donzela
- e isso era segredo dela
Também tinha seus caprichos
E a deitar com homem tão nobre
Tão cheirando a brilho e a cobre
Preferia amar com os bichos
Ao ouvir tal heresia
A cidade em romaria
Foi beijar a sua mão
O prefeito de joelhos
O bispo de olhos vermelhos
E o banqueiro com um milhão
Vai com ele, vai Geni
Vai com ele, vai Geni
Você pode nos salvar
Você vai nos redimir
Você dá pra qualquer um
Bendita Geni

Foram tantos os pedidos
Tão sinceros, tão sentidos
Que ela dominou seu asco
Nessa noite lancinante
Entregou-se a tal amante
Como quem dá-se ao carrasco
Ele fez tanta sujeira
Lambuzou-se a noite inteira
Até ficar saciado
E nem bem amanhecia
Partiu numa nuvem fria
Com seu zepelim prateado
Num suspiro aliviado
Ela se virou de lado
E tentou até sorrir
Mas logo raiou o dia
E a cidade em cantoria
Não deixou ela dormir
Joga pedra na Geni
Joga bosta na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni

ALÉM DO VEXAME

Que vá que a menina tenha mentido. Seja por influência do "lupus", seja por pressões desconhecidas. A mentira foi grave, na medida em que teve consequencias maiores do que ela esperava. Mas, continuo achando de fundo fascista e xenófoba a atuação da polícia, pressionando-a já no primeiro momento do atendimento, e chamando-a de "golpista" apenas dois dias depois. Nunca fariam isto com um cidadão europeu ou americano. E, não retiro nada do que eu disse sobre o tratamento dispensado a brasileiros no aeroporto de Madrid.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

EUROPA DE VOLTA À BARBÁRIE

Essa notícia da advogada brasileira (bem sucedida, diga-se de passagem) retalhada por nazistas na Suíça (e o descaso da polícia no caso), mais o que se tem dito do tratamento fascista dado aos brasileiros nos aeroportos europeus, me levaram a concluir que não é o caso de sermos, os brasileiros, a "geni" do mundo; o caso é que a velha Europa está voltando à barbárie, mesmo. Fatos como esses só se justificam numa Europa que retoma sua vocação nazi-fascista, de triste memória; e, o pior: desta vez incluindo a Inglaterra e a França (que no episódio Nazismo I se mantiveram do lado da civilização), e o beneplácito dos USA!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

ITALIANO NÃO DÁ NÓ SEM PONTA...

O Ignazio La Russa queria cancelar o amistoso da seleção italiana contra a seleção brasileira porque sabia que iria perder. Daí, deu a desculpa de que era por causa do Cesare Battisti...