sexta-feira, 26 de setembro de 2008

AH, O BOM CIÚME!

A gente não consegue amar sem derivar para o exagero que gera o ciúme. E o ciúme causa uma série de males: constrangimento do ser amado; restrição no uso da coisa amada; afastamento de potenciais amantes do ser amado, ou usuários da coisa amada, que poderiam, em outras circunstâncias, serem nossos bons amigos. E por aí arrolaríamos uma série de inconvenientes do ciúme. E, no entanto, como tudo tem o seu lado bom, poderíamos ter o mesmo ciúme, ou pelo menos semelhante, de nossas idéias. Afinal, amamos nossas idéias. Mas, ao contrário das outras coisas amadas, ficamos a oferecê-las indecentemente e a querer compartilhá-las a toda força com outras pessoas, forçando uma promiscuidade que as vulgariza. Por que não termos ciúmes das nossas idéias? O mundo seria um lugar bem mais sossegado. O crente fanático, acariciando egoisticamente sua idéia de deus, e dissimulando: "não, Jesus nunca existiu; esse negócio de deus, céu, inferno, é pura lorota". O ateu militante, ao invés de escrever livros ou criar associações, disfarçaria pregando: "crede, meus irmãos; o reino de deus é vosso!" E todos viveriam felizes, amando até ao ciúme suas idéias, crendo na sua exclusividade e fidelidade, e pregando o contrário para afastar abusados que quisessem gozar com elas.
THE TEN COMMANDMENTS

Enfim, o Rio retorna aos tempos bíblicos:
lá, tal como no tempo de Moisés, a lei é ditada no morro!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

VAMOS AO VELÓRIO DO DIREITO INDIVIDUAL?

Sim, porque essa constituição ilegítima que nos outorgaram (desculpe a repetição) proíbe qualquer parente de prefeito, governador ou presidente, se candidatar a qualquer cargo eletivo na área de jurisdição. O filho adotivo do Lula não pode ser candidato a vereador em nenhum lugar do Brasil. Ele está cassado irremediavelmente, e, sem que tenha culpa alguma concorrendo prá isto. Mesmo se ele fosse contrário ao pai, mesmo se odiasse o pai, não poderia se candidatar. Está privado desse direito: não pode ter ideologia, não pode ter ideais, não pode ter idéia própria para implementar através do voto. Ele está condenado a pensar como o pai, e agir à sombra do pai. Tal qual nas mais primitivas sociedades patriarcais.
Por isso continuo dizendo: só as corporações que se beneficiam dessa aberração que é a constituição outorgada em 1988 a defendem. Ou melhor, defendem seus gordos salários fixados por eles próprios. Enchem a boca na hora do "ção", prá uma carta que não passa de "cinha"!
E o povo... ora, o povo? É um rebanho muito bem controlado pela corporação da mídia.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

REALIDADE

Realidade seria tudo aquilo que tem condições de se apresentar a nós, sem a necessidade de ser evocado?

terça-feira, 16 de setembro de 2008

CADÊ AS ALGEMAS?

Esta é realmente uma notícia interessante. A polícia federal tanto investigou que prendeu seu próprio diretor, flagrado em tráfico de influência.
Já pensou se prosseguem por este caminho, levando a fundo todas as investigações?
Quem vai algemar o último?

sábado, 6 de setembro de 2008

MEMÓRIA

Nossa memória é completa: lembramos do bem e do mal.
Mas, é seletiva: lembramos muito mais do bem que fizemos, e do mal que nos fizeram;
do que do bem que nos fizeram, e do mal que fizemos.
Sendo espírito de ente humano, não fujo à regra. Por isso, peço perdão a quem fiz mal, e a Deus que os compense. E, agradeço a quem me fez o bem, e peço a Deus que os recompense.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

"VÁ PARA A CORTE"
Era sem dúvida o conselho mais cotado entre os pais durante quatro quintos da história do Brasil. Até que um dia, mudou: "vá para o exército", passaram a dizer. O país mudara de tutor: da família real e, depois, imperial, para as forças armadas, autores e avalistas do novo regime.
Os pais sempre querem um bom futuro para os filhos. Carreira segura e rendosa; que paire sobre o comum dos pobres mortais que lutam para conciliar receita e despesas. Carreira que não sofra as intempéries naturais do mercado; isto é, que seja sustentada por toda a sociedade. Compulsoriamente, claro.
Qual seria o conselho de hoje? Quais seriam as profissões ou carreiras onde os filhos teriam a garantia de um futuro tranqüilo? Seria na importante área da produção de alimentos? Ou na construção civil? Seria na produção industrial? Ou na medicina?
Após um brevíssimo período - no qual muitos pais se enganaram receitando um "vá para a política" -, sem dúvida, de alguns anos para cá, todos sabemos quais são as carreiras mais desejadas. Qualquer pai hoje exultaria se seu filho passasse num concurso para juiz ou promotor. Não é fácil; os concursos são preparados pelas próprias corporações. Mas, uma vez admitidos, podem contar com os maiores salários da sociedade, reajustados por eles mesmos, além de participarem de uma corporação que não se sujeita a nenhum controle pela sociedade (a não ser, claro, a lei; mas a lei, ora, interpreta-se!). Sucessores do poder monárquico e militar na tutela de uma sociedade que ainda não aprendeu a tutelar-se a si mesma, esses profissionais têm apenas uma preocupação - leve por sinal -, com alguns engraçadinhos da área de comunicações (e, às vezes, da área de interceptação de comunicações). Mas, tudo administrável.
Dizem que teria dito um pobre asteca a um nobre asteca, quando este o interpelou por estar se sujeitando muito facilmente ao espanhol conquistador: "O povo sempre esteve de cabeça baixa; assim, nem notou a troca de senhores". Vamos torcer para que a situação atual perdure por muito tempo ainda, pois, pelo andar da carruagem, podemos temer que o conselho predominante em breve seja: "vá para o tráfico"!