segunda-feira, 2 de junho de 2008

ONDE ANDA O BOM SELVAGEM?

Ferve a imprensa: índios ferem a facão engenheiro civil (civil nos dois sentidos) que expunha resultados técnicos; índios violentam funcionário em invasão de unidade da funai (o funcionário pensou em processar o governo mas recuou com medo da exposição; claro). O que está havendo com o bom selvagem tão decantado, de Rousseau a Villasboas? Além de violento é pervertido? Ficou assim, corrompido pelo branco; ou já havia razão de serem, os tapuias dos planaltos, odiados pelos gentis tupis do litoral? Será que já antes do descobrimento os tapuias não violentavam os tupis? De qualquer forma, está havendo um recrudescimento. E tudo indica que há instigantes. Povos que destruíram seu meio-ambiente arvoram-se no direito de dizer que não sabemos gerenciar o nosso. Como não sabemos gerenciá-lo, se ele, o nosso meio, está ainda aí sujeito a discussões, enquanto que o deles não existe nem em sombra do que já foi? Os brancos americanos massacraram os bravos das planícies. Mataram homens, mulheres, crianças e velhos. Praticavam tiro-ao-alvo nas crianças que corriam assustadas das aldeias invadidas: está em seus próprios livros de história. Agora, os descendentes desses criminosos instigam o nosso índio contra os "civilizados" brasileiros (brancos, negros e também índios aculturados); talvez para levar-nos a uma guerra (como ameaçou o caiapó, repetindo o que aprendeu com os gringos), e a guerra a um massacre que não os deixasse solitários na culpa herdada de seus pais. E o sueco, com cidadania inglesa, que vende proteção ecológica que não fornece? Os incautos europeus contribuem com trinta e cinco libras para proteger um acre, recebem um folder com benefícios que os arrecadadores teriam feito aos nativos, mas quando se vai pesquisar o que se vê é um mateiro sozinho "fiscalizando" centenas de milhares de hectares em troca de meio salário mínimo brasileiro. Quanto sobra de mais-valia em cada contribuição? Assim, até brasileiro analfabeto viraria milionário.
Parece que são dois os mitos que caem no limiar do século: o do bom selvagem, e o do europeu honesto.

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