quinta-feira, 29 de maio de 2008

LUCAS E O PÉ DE FEIJÃO

Meu neto colheu o seu feijão. Está todo contente. Ele tem quatro anos. Um dia, na sua escola, a professora ensinou as crianças a plantarem cada uma sua semente de feijão em algodão úmido. Quando a semente se abriu e a plantinha surgiu, ele a olhava com a mesma interrogação que as crianças olham os passes de mágica. Entusiasmado, replantou-a num pequeno canteiro de flores no quintal. O tempo passou e, ontem, lá estava ele, compenetrado e feliz abrindo as vagenzinhas secas e retirando as novas sementes, saudáveis, brilhantes e bonitas. Separou as poucas que não vingaram, dizendo, em sua inocência: "Estas não cresceram; mas ainda vão crescer". Outras ele usou numa nova semeadura, no mesmo canteiro, antevendo o milagre da terra multiplicá-las por duzentos. A produção apurada deu metade de uma tigelinha dessas usadas prá sobremesa, que ele entregou à vovó: "(como se fala em japonês), você cozinha prá mim?"
Ante as notícias de escassez de alimentos eu vejo brotar a esperança quando um garotinho de quatro anos consegue produzir seu almoço.

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